INTRODUCÃO:
Divertículo uretral masculino é uma patologia rara, em maioria associado a traumas perineais acometendo a uretra bulbar. O acometimento da uretra peniana é pouco descrito na literatura. Tal patologia pode ser desencadeada de forma primária, com origem congênita, e secundária, de origem adquirida - iatrogênicos ou não. Os pacientes com essa doença, geralmente apresentam sintomas relacionados com incontinência urinária, palpação de massa e disúria. O tratamento está relacionado com a clínica do paciente.

MATERIAIS E MÉTODOS:
O presente trabalho teve por objetivo apresentar um caso de divertículo de uretra peniana, diagnosticado em um paciente masculino, esquizofrênico, ex-usuário de psicoativos ilícitos, diabético, com histórico de amputação de membro inferior e sem conhecimento sobre a etiologia da lesão. A hipótese inicial para este quadro, é uma possível inserção de corpo estranho no canal uretral.

RESULTADOS:
Paciente do sexo masculino, 61 anos, evoluindo com abaulamento progressivo da região peniana durante micção com gotejamento terminal intenso e necessidade de uso de 02 Pads por dia. Negava outros sintomas de esvaziamento, porém relatava polaciúria e noctúria com desconforto em função da dor. O exame do sedimento urinário demonstrava piúria intensa.
De ante mão, optou-se por realizar uma cistostomia com intuito de reduzir desconforto uretral e facilitar o tratamento infeccioso. Encaminhado para tratamento cirúrgico, sendo realizado Flap. Diante do achados, onde o paciente apresentava uma boa placa uretra e com boa nutrição aparente para decisão terapêutica entre excisão do divertículo e fechamento primário - exérese da parede diverticular e retalho pediculado com vascularização dos dartos preservada.

CONCLUSÃO:
A padronização da técnica de correção cirúrgica ainda não está estabelecida e para tal o conhecimento de possíveis métodos de reconstrução se torna mister para uma adequada técnica cirúrgica. Aqui defendemos para a reconstrução de divertículos em uretra peno-escrotal as seguintes técnicas: fechamento primário se óstio e luz residual da uretra permitirem a manutenção de um calibre uretral normal. Em caso de estreitamento na tentativa de fechamento primário, optamos por reconstrução com retalho se o paciente apresentar boa placa uretral ou enxerto de mucosa oral em caso de estenose com fibrose dorsal.