ANÁLISE DA CURVA DE APRENDIZADO NA PROSTATECTOMIA RADICAL VIDEOLAPAROSCÓPICA ROBÔ-ASSISTIDA REALIZADAS POR UM ÚNICO CIRURGIÃO: AVALIAÇÃO DOS PRIMEIROS 497 CASOS
Tema:
URO ONCOLOGIA
Palavras-chave:
Cirurgia robótica, câncer de próstata, curva de aprendizado
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: O câncer de próstata é o segundo câncer mais comum em homens. A prostatectomia segue como tratamento padrão para a doença localizada. Antes realizada majoritariamente por via aberta, retropúbica, progrediu aliada a tecnologia e conhecimento anatômico para abordagens menos invasivas. A tendência ao redor do mundo é que a cirurgia robótica figure como padrão ouro no manejo cirúrgico do câncer de próstata, processo que acontece de maneira lenta pois demanda equipamento e programas de treinamento adequados, que ainda apresentam elevado custo de aquisição e manutenção. Por outro lado, apresenta pequena curva de aprendizado para cirurgiões, mesmo na ausência de experiência prévia com a videolaparoscopia. Estudos demonstram impacto na redução de sangramento e do número de complicações após os primeiros 25 a 40 casos, mas melhora nos desfechos funcionais e oncológicos demandam maior curva.Durante a curva de aprendizado a fase básica é composta pelos primeiros 25 a 50 casos, após os quais há ganho nítido em termos de tempo cirúrgico. A curva avançada, entre 100 a 300 casos, tem como marcos clínicos a estabilização da recuperação funcional erétil e de continência.A evolução da curva é afetada por inúmeros fatores, como tipo de programa de aprendizagem e experiência prévia do cirurgião no geral e com laparoscopia.O presente estudo tem como objetivo descrever a curva de aprendizado e os desfechos clínicos no decorrer da evolução. Material e métodos: avaliação retrospectiva dos primeiros 497 casos realizados de prostatectomia robótica por um único cirurgião, entre 2015 e 2020. Os pacientes foram divididos em três grupos baseados na curva básica e avançada.Grupo 1: 50 primeiros casos.Grupo 2: Entre os 51 e 300 casos.Grupo 3: Entre os 301 e 497 casos. Foram avaliados parâmetros pré operatórios:idade, IMC, PSA, ISUP, volume prostático ao US, PIRADS; dados peroperatórios e pós operatórios imediatos:tempo de console, sangramento,complicações precoces; dados pós-operatórios: margem cirúrgica, complicações tardias, continência urinária. Resultados: Os três grupos foram homogêneos em sua distribuição epidemiológica, com média de idade de 62,5 anos e PSA pré-operatório médio de 6,3. O tempo de console médio foi de 124,5 minutos. A média de sangramento foi de 267ml. Após a curva básica atingida houve melhora estatisticamente significativa no tempo de console com redução significativa entre o grupo 1 e 2, mas sem diferença entre os grupos 2 e 3. Complicações intraoperatórias não diferiram os grupos, sendo apenas 4 descritas, todas resolvidas no peroperatório. Conclusão: Como em qualquer procedimento cirúrgico, a curva de aprendizado na cirurgia robótica urológica sofre impacto direto com a evolução do número de casos. Há impacto significativo na redução do tempo cirúrgico quando o cirurgião atinge a curva básica e melhora nas taxas de sangramento quando após a curva avançada.