Análise da incidência de refluxo vesico-ureteral em paciente submetidos a cistoplastia de aumento
Tema:
URO GINECOLOGIA / DISFUNÇÕES MICCIONAIS
Palavras-chave:
Cistoplastia de aumento. Refluxo vesico-ureteral. Ureteroneocistostomia.
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
INTRODUÇÃO:O refluxo vesico-ureteral (RVU) é um problema comum em pacientes com bexiga neurogênica. Pressões vesicais acima de 40 cmH2O com a bexiga na capacidade máxima são associados a RVU e deterioração do trato urinário superior. O tratamento desses pacientes consiste na redução da pressão intravesical, seja por meio de cateterismo intermitente limpo (CIL), terapia medicamentosa ou aplicação intravesical de toxina botulínica. Nos casos refratários, a cistoplastia de aumento (CA) configura-se como uma boa opção em casos adequadamente indicados. Entretanto, a realização de ureteroneocistostomia devido o RVU nos pacientes submetidos a CA permanece sem consenso, visto que em muitos casos o RVU pode se resolver ou apresentar melhora apenas com a ampliação vesical.
OBJETIVO: Revisar a incidência e a resolução do grau de RVU de pacientes com bexiga neurogênica, submetidos a CA sem a realização de ureteroneocistostomia.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo retrospectivo, descritivo, através da análise de prontuários de paciente com RVU secundários a bexiga neurogênica que tiveram indicação de CA. As cirurgias foram realizadas pelo mesmo cirurgião em dois centros de referência de Belo Horizonte, entre os meses de fevereiro de 2007 a março de 2020. Foi avaliado a presença de RVU pré e pós a cirurgia, taxas de melhora e de resolução.
RESULTADO: Foi observado presença de RVU (todos os graus) em cerca de 50,9% dos pacientes deste estudo, sendo sua maior incidência em pacientes com trauma raquimedular. A taxa de resolução completa do RVU nos pacientes foi de aproximadamente 64% (36 de 56 pacientes). Todos os pacientes apresentaram melhora do grau do RVU pós cistoplastia.
CONCLUSÃO: O presente estudo demonstra que a CA é capaz de melhorar significativamente o padrão urodinâmico dos pacientes. Através de seus dados, demonstra inclusive, que todos os pacientes submetidos ao procedimento apresentaram melhora do RVU e mais de 50% destes à resolução desta patologia sem a necessidade do reimplante ureteral. A ureteroneocistostomia permanece como uma alternativa que pode ser associada à CA. Porém, em consonância com outros estudos, a CA isoladamente possui uma boa taxa de melhora e resolução do RVU, principalmente em RVU de baixo grau. Estudos comparativos e prospectivos entre pacientes submetidos a cistoenteroplastia com e sem ureteroneocistostomia são necessários para criação de evidências mais fortes.