Avaliar complicações clinicamente relevantes após a litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC), como Diabetes e Hipertensão de início recente: revisão sistemática
Tema:
ENDOUROLOGIA
Palavras-chave:
Diabetes. Hipertensão. Litotripsia extracorpórea por ondas de choque.
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
INTRODUÇÃO: A litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO) se tornou a principal modalidade de tratamento para os cálculos renais, por ser menos invasiva e causar menos morbidade em comparação com a cirurgia convencional. No entanto, apesar do baixo índice de complicações imediatas, verifica-se que a atuação da LECO por intermédio de forças mecânicas e dinâmicas sob o cálculo, pode lesionar tecidos adjacentes à região, como rim e pâncreas, podendo trazer complicações clinicamente relevantes como síndrome metabólica, insuficiência renal ou hipertensão arterial sistêmica. Porém, a prevalência e risco de tais complicações ainda não está totalmente esclarecida. Logo, o presente estudo busca avaliar o risco de Diabetes e Hipertensão de início recente após litotripsia extracorpórea por ondas de choque. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão sistemática da literatura realizada em maio de 2022 nas bases de dados BVS; COCHRANE; Pubmed, SCIELO, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde: “Extracorporeal Shockwave Lithotripsy”, “Hypertension” e “Diabetes”, cruzados pelo operador booleano AND. Seguindo as diretrizes do PRISMA, o presente trabalho incluiu estudos de coorte publicados de 2012 a 2022, sem restrição de idioma. RESULTADOS: 125 artigos foram identificados no total (24 - BVS; 5 - COCHRANE; 93 - Pubmed, 3 - SCIELO). Com base na leitura de títulos e resumos, os estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade foram excluídos, enquanto 25 seguiram para leitura na íntegra. Por fim, 10 artigos foram incluídos nesta revisão. O número de participantes nas amostras variou de 70 a 106.963 indivíduos, e o período de acompanhamento variou de 4 - 19 anos entre os diversos estudos. A hipertensão de início recente foi um achado frequente em 80% das pesquisas, com risco relativo avaliado em 1,33. Porém, destaca-se que um dos dois estudos que não afirmaram a correlação entre LECO, diabetes e hipertensão foi realizado em pacientes pediátricos, que, naturalmente, possuem menor propensão ao seu desenvolvimento. Quanto ao risco de desenvolvimento de Diabetes, verifica-se que não foi significativo em 100%, no entanto, existem recomendações de que sejam evitadas múltiplas sessões de litotripsia por ondas de choque, assim como que seja utilizada a menor energia suficiente para cálculos de fragmentação, pois ondas de choque superiores a 15,5 KV são mais significativas no aumento da Glicemia de jejum. CONCLUSÃO: Não foi identificada correlação entre LECO e diabetes, diferente da hipertensão, cujas evidências comprovam associação com a LECO. Assim, sugere-se monitorização rigorosa da pressão arterial dos pacientes, inclusive a longo prazo. Outros tratamentos também são recomendados em alternativa, como a terapia médica de expulsão e cirurgia endoscópica. Além disso, verifica-se que estudos adicionais são necessários para melhor compreensão dos exatos mecanismos relacionados ao dano produzido pela LECO, a fim de aprimoramento da técnica e redução dos riscos.