CÁLCULO GIGANTE EM DIVERTÍCULO DE URETRA COM ULCERAÇÃO ATRAVÉS DE BOLSA ESCROTAL APÓS CORREÇÃO DE HIPOSPÁDIA: UM RELATO DE CASO
Tema:
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Palavras-chave:
Hipospádia; Fístula urinária; Divertículo;
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: Divertículos de uretra são achados raros, caracterizados como dilatações císticas da parede uretral em continuidade com a luz da uretra. A maioria dos divertículos de uretra é assintomático; todavia, podem se tornar complicados na presença de infecção crônica, formação de cálculos e estase urinária, provocando incontinência, gotejamento pós-miccional, disúria, aumento da frequência e urgência urinárias, noctúria, sensação de esvaziamento vesical incompleto, infecções urinárias de repetição, dor pélvica e massas perineais, escrotais ou penianas. O tratamento de divertículos de uretra consiste em ressecção com anastomose primária da uretra ou uretroplastia, dependendo do tamanho do defeito uretral, além de tratamento das complicações, como remoção de cálculos, drenagem de abscessos e tratamento de infecções, podendo ser necessário tratamento cirúrgico de urgência. Relato do Caso: Paciente masculino de 46 anos, com história prévia de hepatite C e de malformações congênitas VACTERL (atresia de ânus, atresia esofágica e hipospádia) vai à emergência com um quadro de aumento do volume da bolsa escrotal nos últimos 10 dias. Ao exame físico, identifica-se massa endurecida em bolsa escrotal, com ponto de erosão da pele com drenagem de secreção e urina. Após o atendimento inicial, foi realizada uma ressonância magnética da pelve, com a presença de coleção septada e de massa arredondada compatível com um cálculo de 5,0x4,0cm em região de bolsa escrotal. Foi realizada exploração cirúrgica com identificação de cálculo gigante em bolsa escrotal proveniente de divertículo de uretra em região de uretroplastia prévia para correção de hipospádia. A lesão apresentava erosão até a bolsa escrotal e comunicação com a pele, com drenagem de urina. Realizou-se remoção do cálculo e uretroplastia término-terminal para correção da fístula uretral. Após o procedimento cirúrgico, o paciente foi mantido em observação por 48h com antibioticoterapia intravenosa e permaneceu com sonda vesical de demora por três semanas. O paciente teve uma recuperação completa e mantém acompanhamento ambulatorial com o serviço de urologia. Discussão: Divertículos de uretra podem ser congênitos (mais frequentes em mulheres, tendendo a se localizar na junção peno-escrotal quando ocorrem em homens) ou adquiridos (mais frequentes em homens, principalmente na uretra bulbar), estes como resultado de trauma, infecção, estenose de uretra, sondagem vesical ou uretral, cirurgia de uretra e dilatação uretral. Ademais, sua apresentação clínica é variada, podendo ser assintomática. No caso descrito, relatamos uma apresentação atípica de uma erosão espontânea de cálculo gigante para bolsa escrotal, com comunicação para a pele em um divertículo de uretra, como sequela tardia de uretroplastia para correção de hipospádia proximal realizada 22 anos antes.