CÂNCER DE PRÓSTATA: ASSOCIAÇÃO ENTRE DIAGNÓSTICOS E ÓBITOS COM O FATOR SOCIOECONÔMICO DOS ESTADOS BRASILEIROS
Tema:
URO ONCOLOGIA
Palavras-chave:
Câncer de Próstata; Neoplasia Maligna; Sistema Único de Saúde (SUS).
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
INTRODUÇÃO: O câncer de próstata é o tipo mais comum de câncer entre a população masculina (excetuando-se câncer de pele não melanoma), representando 29% dos diagnósticos da doença no Brasil e contabilizando cerca de 65.840 novos casos de câncer a cada ano, entre 2020 e 2022. Estados com melhores recursos e infraestrutura tendem a um maior índice de óbitos por neoplasias malignas, principalmente em razão do melhor controle da mortalidade por causas externas e infecciosas e com o consequente aumento da longevidade populacional. Logo, a análise de associação entre rastreamento, mortalidade e fatores socioeconômicos são importantes não só para a aferição do prognóstico desta patologia, como também para a investigação da eficácia das medidas de saúde implementadas pelo sistema público do país.
OBJETIVOS: Correlacionar o número de diagnósticos e óbitos por câncer de próstata com os fatores socioeconômicos dos estados brasileiros.
MATERIAL E MÉTODOS: Os dados foram coletados no banco de dados DATASUS, associando o número de diagnósticos e óbitos por câncer de próstata com o PIB (Produto Interno Bruto) per capita dos estados brasileiros no ano de 2021. A determinação do grau de relação entre as variáveis é dada pelo coeficiente de Pearson e regressão linear ANOVA.
RESULTADOS E CONCLUSÃO: Foram avaliados 13.850 diagnósticos e 3.039 óbitos por neoplasia maligna em 2021. O maior índice de diagnósticos foi encontrado no estado de Minas Gerais (9,81 diagnósticos a cada 100.000 de habitantes) e o menor no estado Amapá (0,68 diagnósticos a cada 100.000 habitantes). A correlação entre diagnósticos e renda per capita dos estados não teve correlação significativa (p=0,480). O maior índice de óbitos foi encontrado no estado do Espírito Santo (2,06 óbitos a cada 100.000 habitantes) e o menor no estado Amazonas (0,14 óbitos a cada 100.000 habitantes). Houve uma correlação significativa entre o índice de óbitos e renda per capita dos estados brasileiros (p=0,012), sendo essa direta (r²=0,473).
Não houve correlação significativa entre índice de diagnósticos e perfil socioeconômico da população brasileira. Isto pode refletir parte do sucesso da universalização do acesso a procedimentos diagnósticos desta patologia disponibilizados pelo SUS. Foi encontrada significativa, moderada e direta associação entre óbitos por câncer de próstata e renda per capita. Novos estudos mais robustos poderiam elucidar mais objetivamente a causalidade desta constatação, mas se é hipotetizado que o perfil epidemiológico de maior longevidade aumente o peso da mortalidade de neoplasias em geral em comparação com causas externas e/ou infecciosas.