COVID-19 e doença de Mondor peniana - relato de caso
Tema:
ANDROLOGIA E REPRODUÇÃO HUMANA
Palavras-chave:
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: A doença de Mondor peniana (DMP) cursa tipicamente com apresentação clínica com banda subcutânea na face dorsal do pênis, geralmente de forma aguda, sendo comumente descrita como um cordão fibrose endurecido e associado à dor. Embora a fisiopatologia da COVID-19 não esteja totalmente definida, anormalidades pro-trombóticos foram identificadas nos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. Relato de Caso:Trata-se de paciente, ELAB, 34 anos, sem comorbidades prévias, iniciou com quadro respiratório leve e sintomas gripais em março de 2021, Swab Nasal em 02/03/2021 com RT-PCR positivo de RNA viral para SARS-CoV-2. Apresentou boa evolução do ponto de vista respiratório nos primeiros 20 dias, quando iniciou com episódio de dor peniana espontânea e intermitente. Avaliado em pronto atendimento urológico, realizou exame de ultrassom com Doppler de pênis e bolsa escrotal que evidenciou: sinais de trombose total da veia dorsal do pênis, estendendo-se da base até a extremidade distal. Não apresentou fluxo e nem compressibilidade às manobras com transdutor. Observou-se área de maior espessamento situado na região da base, com extensão de 2,6 cm, com espessura de até 7,0 mm. No interior da veia dorsal, foi observado foco heterogêneo amorfo provavelmente relacionado a trombo situado na região da base (nódulo palpável). Artérias cavernosas e dorsal do pênis com fluxo normal. Veias cavernosas pérvias. Neste momento foi feito o diagnóstico de DMP. O tratamento foi feito com uso de Xarelto 20 mg ao dia por 30 dias e medicações sintomáticos. O paciente apresentou boa evolução, melhora da dor nas primeiras 72 horas. Para controle foi realizado novo ultrassom com Doppler peniano em maio de 2021, o qual não mais evidenciava sinais de trombose da veia superficial do pênis. Discussão: A DMP é uma patologia rara, com incidência aproximada em alguns trabalhos de menos de 2% e é geralmente encontrada em pacientes sexualmente ativos entre 20 e 70 anos de idade. O achado clássico consiste em um cordão em forma de corda no dorso do pênis. Tal cordão é a nossa referência para a veia dorsal trombosada, que se tornou mais espessa e se aderiu à pele subjacente. Se a dúvida persistir mesmo após obtenção de histórico médico e realização de exame físico, devemos lançar mão da ultrassonografia peniana com Doppler. A evolução das formas leves é geralmente benigna. Conclusão: Em um contexto de Pandemia pela COVID-19, devemos nos atentar a este diagnóstico diferencial nas dores penianas.