Estimulação Neural Elétrica Transcutânea Parassacral (ENETP) vs. Terapia Comportamental na Enurese Monossintomática Primária: Um Ensaio Clínico Randomizado Prospectivo.
Tema:
URO PEDIATRIA
Palavras-chave:
Enurese, Estimulação Elétrica, Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea, Terapia Comportamental, Crianças
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: A enurese é definida pela International Children’s Continence Society (ICCS) como uma incontinência urinária intermitente que ocorre exclusivamente durante o sono e é considerada uma doença após os 5 anos de idade. Tal condição gera impactos negativos na qualidade de vida de crianças e de suas famílias, reiterando a necessidade de uma intervenção multidisciplinar. A Estimulação Neural Elétrica Transcutânea Parassacral (ENETP) já foi utilizada no tratamento da enurese mono e não monossintomática, com resultados promissores. O mecanismo de ação ainda é pouco compreendido, tendo efeitos na parede da bexiga, nervos fora da bexiga, medula espinhal e cérebro.
Objetivo: O trabalho tem como objetivo avaliar, em crianças com enurese monossintomática primária, a resposta clínica da terapia comportamental isolada comparada à terapia comportamental associada à Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea Parassacral (ENETP).
Material e Métodos: A metodologia foi constituída de um ensaio clínico controlado prospectivo com a participação de 72 crianças acima de 5 anos de idade, diagnosticadas com enurese primária. Estas crianças foram divididas em 2 grupos, o grupo controle (GC), tratado com terapia comportamental e eletroestimulação escapular (placebo), e o grupo experimental (EG), tratado com terapia comportamental e Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea Parassacral (ENETP). Em ambos grupos, foram aplicadas 20 sessões, 3 vezes por semana em dias alternados, por 20 minutos, com 10 Hz de frequência, largura de pulso de 700μs e intensidade determinada pelo limite do paciente. A porcentagem de noites secas foi analisada por 14 dias antes do tratamento (T0), depois da vigésima sessão (T1), 15 (T2), 30 (T3), 60 (T4) e 90 (T5) dias depois do fim das sessões. Pacientes de ambos os grupos foram acompanhados com 2 semanas de intervalo no primeiro mês e mensalmente por 3 meses consecutivos.
Resultados e Conclusão: Vinte e oito crianças enuréticas, 14 meninas (50%) com média de idade de 9,09 ± 2,23 anos completaram o estudo. Não houve diferença na média de idade entre os grupos. A porcentagem média de noites secas no GE no T0 foi de 35,9%, no T1 49,4%, no T2 54%, no T3 54%, no T4 54,4% e 57,5% no T5; enquanto no GC esses percentuais foram de 27,6%, 39,2%, 37,5%, 35,7%, 36,2% e 36,2%, respectivamente. A ENETP associada à terapia comportamental melhora a porcentagem de noites secas em crianças com enurese monossintomática primária, embora nenhum paciente tenha apresentado resolução completa dos sintomas neste estudo.