FÍSTULA ARTERIOVENOSA PÓS NEFRECTOMIA PARCIAL: APRESENTAÇÃO CLÍNICA E ABORDAGEM TERAPÊUTICA EM RELATO CASO
Tema:
URO ONCOLOGIA
Palavras-chave:
Fístula arteriovenosa, nefrectomia, Hematúria
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: Fístulas arteriovenosas (FAVs) renais correspondem a uma conexão anômala entre o sistema arterial e o venoso renal. Existem três tipos de FAV renal: congênita, idiopática e adquirida, sendo a última a mais frequente. Dentre as diversas etiologias de FAVs adquiridas, está aquela relacionada à nefrectomia. A maioria dos quadros é assintomática, entretanto, pode causar com hematúria macroscópica, hipertensão e comprometimento da função renal. Relato de Caso: Paciente E.T.K., masculino, 62 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hiperplasia prostática benigna (HPB), ex tabagista e ex etilista. Admitido eletivamente para realização de nefrectomia parcial direita laparoscópica assistida por robô para nódulo renal em terço inferior do rim direito, parcialmente exofítico, medindo aproximadamente 38x38x43 milímetros. Ato operatório sem intercorrências. Recebeu alta hospitalar no 2o dia de pós operatório (DPO). No 11 DPO evolui com pico hipertensivo associado a dor abdominal e hematúria franca, sem melhora após sondagem vesical com evacuação de coágulos. Mantém hematúria refratária às medidas clínicas e queda hematimétrica com necessidade de hemotransfusão. Optado por realizar arteriografia e identificado ponto sangrante associado a fístula arteriovenosa de sub-ramo da artéria renal direita, com retorno venoso precoce. De imediato realizada embolização superseletiva do sub-ramo, com micromolas, evoluindo com resultado satisfatório e sem intercorrências. Discussão: As FAVs adquiridas podem decorrer de trauma, inflamação, cirurgia, tumor, aterosclerose ou biópsia percutânea, representando de 70 a 80% das anormalidades arteriovenosas. FAVs renais adquiridas decorrem em grande parte de procedimentos invasivos do rim, destacando-se a biópsia renal como principal causa, sendo raro o acometimento pós-traumático. A forma de apresentação clínica depende principalmente da localização e tamanho da FAV. Os sintomas, quando presentes, são inespecíficos e incluem hematúria, dor abdominal e em flanco e hipertensão refratária. Entretanto, a maior parte dos pacientes são assintomáticos e os sintomas são melhor explicados por doenças renovasculares e do parênquima renal coexistentes. O tratamento de escolha é a embolização seletiva endovascular, técnica eficiente e segura para o tratamento de FAVs renais e relacionada a poucas complicações, destacando-se o infarto renal. As áreas de infarto pela embolização seletiva endovascular não refletem em diminuição da função renal.