Malacoplaquia vesical de caráter recidivante e agressivo: um relato de caso
Tema:
URO ONCOLOGIA
Palavras-chave:
Malacoplaquia; Malakoplaquia; Pseudotumoral;
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Objetivo: Relato um caso raro de Malacoplaquia vesical com evolução desfavorável.
Relato de caso: Paciente feminina, 51 anos, apresentando infecção do trato urinário recorrente há um ano, realizou tomografia computadorizada de abdome e pelve que evidenciou neoformações vesicais e pielonefrite obstrutiva crônica à esquerda, submetida à nefrectomia total esquerda por técnica laparoscópica e ressecção endoscópica de lesão vesical. Anatomopatológico não evidenciou alterações sugestivas de malignidade. Manteve ITU persistente com sepse, apesar de antibioticoterapia, expansão de tumoração retroperitoneal à esquerda e hematúria macroscópica persistente. Submetida a laparotomia exploradora para avaliação de ressecção cirúrgica da massa, porém com achado de lesão irressecável cirurgicamente, devido a acometimento por contiguidade de raiz do mesocólon esquerdo e vasos ilíacos ipsilateral, sem plano de clivagem, realizado biópsia da tumoração e ureterostomia cutânea direita. Intercorreu no 7º dia de pós-operatório com choque séptico, secundário a peritonite aguda por abscesso abdominopélvico. Submetido a drenagem cirúrgica por laparotomia exploradora de urgência e fixado dreno penrose siliconado no local da tumoração. Anatomopatológico das biópsias evidenciou denso infiltrado inflamatório linfohistiocitário com estruturas compatíveis com corpos de Michaelis Gutmann, em bexiga e ovário esquerdo, compatível com quadro de Malacoplaquia vesical. Manteve drenagem persistente de secreção purulenta em orifício de dreno penrose. Evoluindo com melhora clínica e laboratorial, em antibioticoterapia (ciprofloxacino) e aguardando avaliação de radioterapia, devido à irressecabilidade da tumoração.
Discussão: A malacoplaquia é um processo inflamatório crónico granulomatoso pouco frequente, com predomínio no sexo feminino na 6ª década de vida e que habitualmente compromete o aparelho genito-urinário. A sua extensão extravesical é rara sendo uma forma mais agressiva. Na maioria dos casos, o tratamento médico com antibioterapia é suficiente para o controlo da doença, sendo as fluoroquinolonas a terapêutica de eleição. As intervenções cirúrgicas estão reservadas para as situações de patologia mais extensa e grave, e nos casos em que ocorre instabilidade do estado geral do doente.
Conclusão: Devemos nos lembrar deste diagnóstico diferencial raro em casos de evolução atípica para intervenções acertadas e tentar melhorar os desfechos clínicos e a morbidade associada à doença de base.