Perfil da formação dos cirurgiões com atuação em transplante renal no estado de Minas Gerais
Tema:
UROLOGIA RECONSTRUTIVA / TRAUMA UROGENITAL
Palavras-chave:
Transplante Renal, Urologia, Capacitação profissional.
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução: O transplante renal (TxR) é o tratamento de escolha para a maioria dos pacientes com doença renal crônica. O Brasil é o segundo país em número absoluto de transplantes renais, tendo realizado 6.283 procedimentos no ano de 2019. No entanto, no Brasil, não há uma proposta universal e bem definida sobre o processo de formação do cirurgião especialista em TxR. Objetivo: Traçar o perfil das equipes cirúrgicas que atuam em TxR de Minas Gerais (MG), obtendo informações sobre a formação dos seus especialistas, forma de remuneração e área de atuação no sistema de saúde. Material e Métodos: Nesse estudo transversal, todos os serviços de TxR ativos em MG foram convidados a participar. Consideramos ativos os serviços que realizaram pelo menos um TxR por ano nos últimos 5 anos. O convite e formulário de coleta de dados foram enviados por email para os chefes dos serviços ativos. Coletamos dados demográficos, de atuação e formação profissional dos cirurgiões. Foi realizada análise descritiva. Resultados e Conclusão: Dos 19 serviços de TxR ativos em MG, 17 (89%) aceitaram participar da pesquisa, sendo que 47% eram localizados em Belo Horizonte, 88% eram instituições de ensino e 95% realizam mais de 75% de transplantes renais pelo SUS. A especialidade cirúrgica com maior número de profissionais era a Urologia (3,5+1,9), seguida pela irurgia Vascular (1,6+0,4) e Cirurgia Geral (0,9+1,2). Cirurgiões especialistas em transplante eram apenas 9,7% do total. Apenas uma das equipes não participava da captação de órgãos e apenas 1 cirurgião entre todos os serviços atuava exclusivamente no TxR. Quanto a forma de remuneração e vínculo com a instituição, 76% recebem por produção e 70% atuam por prestação de serviço. Dos 78 membros de equipes contactados, 19 (24%) responderam o formulário, sendo todos homens, brancos, com uma média de idade de 45,7+10,1 anos, de tempo de formado em medicina de 21,7+10,5 anos e de atuação no TxR de 8,6+10 anos. A maioria fez residência médica em Urologia, Cirurgia Vascular ou Cirurgia Geral, enquanto apenas 31% fizeram residência médica ou especialização em TxR ou transplante de órgões sólidos, sendo que desses, apenas 1 tinha residência médica em TxR. Dentre os que não fizerem residência em tranplante renal, 37% responderam que não havia essa possibilidade na época, 10% acharam desnecessário, 21% responderam que não conseguiriam conciliar, e o restante já faziam residências de outras especialidades que abordavam o TxR. Nesta amostra de 90% dos serviços de TxR de MG, vimos que os serviços estão associados ao ensino e a prestação de serviço ao SUS. Os urologistas com residência são a maioria na equipe cirúrgica, e que ainda número exíguo de profissionais com residência médica em TxR, possivelmente relacionada a dificuldade de atuação profissional exclusiva nessa área e ao baixo número de vagas oferecido.