Introdução: A urolitíase (UL), também conhecida como calculose urinária, é caracterizada pela presença de um ou mais cálculos no interior do aparelho urinário, seja nos rins, ureteres e bexiga. Quanto a UL pediátrica, diferentemente da população adulta, há poucos estudos epidemiológicos na literatura. Além disso, essa condição está associada à morbidade considerável, tende a acometer crianças de todas as faixas etárias e ser de caráter recorrente. Objetivo: Assim, o presente trabalho objetivou traçar a epidemiologia da urolitíase pediátrica no Brasil. Materiais e Métodos: Para isso, foi realizada uma pesquisa descritiva, transversal e quantitativa. Foram utilizados dados oficiais e secundários da plataforma DATASUS, de janeiro/2008 a mar/2022. As variáveis descritas foram a idade do paciente, sexo, cor, caráter do atendimento, internações por regiões do Brasil e os gastos públicos com a doença. A amostra do estudo foi composta pela população abaixo de 14 anos de idade acometida pela calculose urinária no Brasil. Não houve critérios de exclusão. Resultados e Conclusão: A pesquisa revelou um total de 26.263 de UL. Desses, 14.738 (56,12%), tinham idade entre 10 e 14 anos; 7.451 (28,38%), idade entre 05 e 09 anos; 3.285 (12,50%), entre 01 e 04 anos; e 789 (3,0%), idade menor de 01 ano. Com relação ao sexo, 13.533 (51,53%) eram do sexo masculino e 12.730 (48,47%) eram do sexo feminino. Em relação a cor/raça do paciente, 9.792 (37,29%) eram brancos, 8151 (31,04%) eram pardos, 462 (1,76%) eram pretos, 285 (1,08%) eram amarela, 91 (0,34%) eram indígenas e 7482 (28,49%) dos pacientes não apresentaram informação. Desses casos, 20.987 (79,91%) foram caráter de urgência. Quanto as internações por regiões do Brasil, 10.403 (39,62%) eram do Sudeste; 5.808 (22,11%) do Nordeste; 4.624 (17,60%) do Sul; 3.565 (13,57%) do Centro-Oeste; e 1.863 (7,10%) do Norte. Os valores gastos com serviços hospitalares, por serviços profissionais e média por internação, foram respectivamente R$ 9.322.765,08; 2.059.339,99; e R$ 438,69. Diversos estudos tem demostrado aumento da incidência da UL pediátrica. Entretanto, não se sabe ao certo as causas desse fato, mas os pesquisadores atribuem isso a uma maior disponibilidade de exames de imagem em serviços de emergência, mudanças de estilo de vida, condições socioeconômicas e a hábitos alimentares.