PROMONTOFIXAÇÃO LAPAROSCÓPICA PARA CORREÇÃO DO PROLAPSO DA CÚPULA VAGINAL: APRESENTAÇÃO DE 17 CASOS REALIZADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA
Tema:
URO GINECOLOGIA / DISFUNÇÕES MICCIONAIS
Palavras-chave:
Prolapso de órgão pélvico, laparoscopia, procedimentos cirúrgicos reconstrutivos
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
Introdução
O prolapso de órgãos pélvicos afeta milhões de mulheres pelo mundo e acomete 50% das multíparas com idade acima de 50 anos. O número de cirurgias realizadas para o tratamento de prolapsos aumentou enormemente nos anos recentes devido ao aumento da expectativa de vida. Numerosos estudos demonstraram que a colpossacrofixação representa a opção mais eficaz para a cirurgia do prolapso apical.
Objetivo
Compartilhar nossa experiência com promontofixação laparoscópica, com descrição da técnica utilizada e apresentação de resultados e complicações.
Material e Métodos
Um total de 17 pacientes com prolapso apical foram submetidas a promontofixação laparoscópica no período de 2020 a 2022 no Hospital Dia e Maternidade Unimed em Belo Horizonte - MG. Todas as cirurgias foram realizadas pela mesma equipe cirúrgica, sob anestesia geral, com antibiótico profilaxia com cefalosporina. Os pacientes foram colocados na posição de litotomia modificada em 45 graus de Trendelemburg, com sonda vesical de demora 16 French. Ambos os braços foram colocados em posição paralela ao corpo do paciente. Um total de quatro portais laparoscópicos foram utilizados. Após a abertura do peritônio parietal posterior ao nível do promontório sacral, o mesmo foi aberto à direita até o fundo de saco vaginal posterior com identificação dos músculos elevadores do ânus e as paredes posterior e anterior da vagina, após a dissecção do espaço vésico vaginal. Estas estruturas foram fixadas ao promontório sacral com tela de polipropileno. O peritônio foi fechado com sutura contínua deixando a tela totalmente coberta por esta membrana. Os prontuários dos pacientes e os desfechos clínicos de curto prazo foram analisados.
Resultados
A média de idade das pacientes operadas foi de 76,9 anos. Todas eram multíparas com número de partos normais variando de 1 a 7 e apenas duas pacientes apresentaram histórico de parto cesáreo. O IMC médio foi de 29,6. O tempo operatório variou de 1,5 a 6 horas. A média de internação hospitalar foi de 1,9 dias. Apenas uma das pacientes apresentou complicação cirúrgica pós-operatória (grau 3 de Clavien-Dindo) com a formação de uma hérnia interna em um dos portais laparoscópicos. O prolapso pélvico foi corrigido em todas as pacientes operadas.
Conclusão
Demonstramos em nossa casuística que a promontofixação laparoscópica é um procedimento seguro e com taxas elevadas de sucesso. Esse procedimento exige habilidade cirúrgica laparoscópica avançada com o uso de técnicas reconstrutivas e de suturas intracorpóreas. Esta série de casos mostra a experiência inicial de um serviço e outros estudos com maior casuística e maior período de acompanhamento pós-operatório são necessários para demonstrar a eficácia desta técnica a longo prazo.