INTRODUÇÃO:O Câncer de Testículo (CT) é uma Neoplasia que acomete em sua maioria homens jovens, entre 20 a 30 anos de idade. Corresponde a 1-2% de todas as neoplasias do homem, com incidência de 3-10 casos em 100.000 homens nas sociedades ocidentais. Seu tratamento consiste em orquiectomia radical por via inguinal, e a depender do tipo histológico a quimioterapia associada a linfadenectomia retroperitoneal. Por ser uma doença que acontece indivíduos jovens, torna-se necessário realizar seguimento prolongado. RELATO DE CASO: Paciente, sexo masculino de 14 anos, notou aumento testicular a esquerda com aproximadamente 45 dias de evolução. Apresentava aumento de alfa-fetoproteína (700) e beta-HCG (427), associado a presença de linfonodos retroperitoneais aumentados à Tomografia de Abdome e Pelve. Submetido a Orquiectomia Radical a Esquerda em Agosto/2000. Resultado anatómo-patológico revelou tratar-se de carcinoma não-seminomatoso, tipo Carcinoma Embrionário. Como conduta adjuvante foi adotado tratamento quimioterápico a base de platina. Reestadiamento em Janeiro/2001com persistência das linfonodomegalias retroperitoneais. Submetido a Linfadenectomia Retroperitoneal em Fevereiro/2021, contemplando as fossas para-aórticas e inter-aorto-caval, com ressecção em monobloco. Resultado anátomo-patológico revelou lesão tumoral mista, constituída por vários tecidos de mais de um folheto embriológico. Submetido após a Linfadenectomia Retroperitoneal a mais dois ciclos de quimioterapia. Manteve acompanhamento ao longo de 19 anos, quando iniciou com quadro de dores lombares recorrentes a direita com irradiação para a região inguinal ipsilateral. Não houve aumento de marcadores tumorais. Submetido a propedêutica por tomografia que revelou linfonodomegalias retroperitoneais na região retrocrural a direita, estendendo-se de T10 a L2 medindo 15 x 11 x 6cmm, e outra na cadeia inter-aortocaval de 2 x 1.5 cm. Realizado biópsia guiada com agulha grossa obtendo-se diagnóstico imunohistoquímico de tumor de células germinativas. Desta forma, foi indicado novo ciclo quimioterápico e em seguida, submetido a nova linfadenectomia retroperitoneal, com objetivo direcionado de remoção da massa. O produto da peça cirúrgica revelou tratar-se de tumor de células germinativas, com componentes de tumor do seio endodérmico, teratoma maduro e carcinoma embrionário. DISCUSSÃO: as recidivas acontecem de forma precoce, nos dois primeiros anos de acompanhamento. As recidivas tardias, definidas como além destes dois anos acontecem em aproximadamente 5% dos casos. Como principal tipo histológico da recidiva destacam-se os teratomas, os quais respondem de forma muito pobre a quimioterapia, porém com boa resolução após tratamento cirúrgico. Por ser uma doença a qual acomete pacientes jovens e com possibilidade de recidiva muito tardia é necessário seguimento destes pacientes de modo muito longínquo, impossibilitando a alta definitiva.