Introdução: A criptorquidia é a ausência de um ou dois testículos no saco escrotal. É a anomalia urológica pediátrica mais frequente no sexo masculino, com incidência de 3,4 a 5,8% em nascidos a termo. Apesar da maioria dos casos se resolverem espontaneamente até o primeiro ano de vida, após os 6 meses, é raro um paciente apresentar descida testicular espontânea. Quando esta resolução não ocorre, é indicada correção cirúrgica. Relato do caso: Paciente YDG, 9 anos, admitido no Hospital Infantil São Camilo UNIMED-BH, apresentava criptorquidia direita com testículo palpável alto no canal inguinal direito e descida até a bolsa escrotal impossibilitada devido ao encurtamento dos vasos testiculares. Em setembro de 2021, foi submetido ao primeiro estágio da cirurgia de tração testicular laparoscópica assistida (TTLA) com fixação do testículo na parede abdominal do flanco esquerdo. Em dezembro do mesmo ano, foi realizado o segundo estágio da técnica, em que foi constatado alongamento dos vasos testiculares e obteve-se êxito na conclusão do procedimento. A evolução em três meses, demonstrou bom resultado alcançado. Discussão: Como abordagem cirúrgica mais comum para testículos intra-abdominais altos, tem-se a técnica de Fowler e Stephens (FS), que envolve a transecção vascular espermática e possui como consequência altas taxas de isquemia, atrofia e retração testicular. Shehata inovou ao desenvolver a TTLA que é capaz corrigir a patologia alongando os vasos testiculares de forma gradual e funcional, sem seccioná-los. Assim, aumentou taxas de sucesso e reduziu as complicações peri-cirúrgicas, em comparação com outras técnicas descritas anteriormente. Conclusão: A TTLA aparenta superioridade técnica em relação à FS ao reduzir as chances de isquemia, atrofia e retração testicular. Assim, o caso apresentado, respaldado pela literatura vigente, demonstram segurança e efetividade.