TRANSPLANTE DE ENXERTO RENAL COM DUPLICAÇÃO DE URETER
Tema:
UROLOGIA RECONSTRUTIVA / TRAUMA UROGENITAL
Palavras-chave:
Transplante de Rim; Enxerto de Rim; Kidney Transplantation.
Formato de apresentação
Pôster Eletrônico (e-poster)
INTRODUÇÃO: O transplante renal é para muitos pacientes a única alternativa de restabelecer a qualidade de vida. O elevado número de receptores e a escassez de órgãos torna necessária a otimização de recursos disponíveis, incluindo rins com duplicação de sistema coletor. A duplicação do ureter é a malformação congênita mais frequente do trato urinário superior e ocorre em cerca de 0,8% da população geral. Relatamos a seguir transplante de rim com duplicação ureteral completa e anastomose vascular combinada. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, portadora de insuficiência renal crônica terminal secundária a nefroesclerose hipertensiva, em hemodiálise nos 5 anos prévios, diurese residual de 200ml/24h. Admitida para transplante renal de órgão proveniente de doador falecido, sendo identificada no momento da captação, duplicação ureteral completa e presença de ramo arterial polar inferior. Submetida a transplante renal com anastomose ureteral em duplo cano (óstios separados) à Lich-Gregoir, com implante de dois cateteres duplo J. Optada por anastomose vascular arterial e venosa termino-lateral com vasos ilíacos externos, sendo também realizada anastomose termino-terminal de ramo arterial polar inferior do enxerto renal com artéria epigástrica inferior. Observada perfusão adequada peroperatória de enxerto, bem como função imediata após anastomoses vasculares. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória, alta hospitalar e seguimento ambulatorial sem intercorrências, mantendo adequada função do enxerto. DISCUSSÃO: A duplicação ureteral pode ser do tipo incompleta, na qual dois ureteres separados saem do rim, se anastomosam em algum ponto ou completa, na qual dois ureteres separados saem do rim e entram na bexiga de forma separada. Quanto à técnica de ureteroneocistostomia, há em literatura descrições de anastomose em duplo cano, óstio único, à Lich-Gregoir e Politano-Leadbetter. Apesar da escassez de evidência de superioridade de técnica específica, ainda se aplicam os princípios básicos de preservação de vascularização ureteral e anastomose vesical. O transplante de rins com duplicação ureteral completa se apresenta como procedimento seguro e viável, com taxas de complicações semelhantes às de enxertos sem anomalias. O uso de órgãos com a referida condição deve ser estimulado como habitual, em especial consideração à escassez de enxertos disponíveis e elevado número de receptores em potencial.